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Foto do escritorSérgio Luís Boeira

Asma, tabagismo e a COVID 19

Atualizado: 28 de fev. de 2021

Até os meus 20 e poucos anos sofri muito com "ataques de asma", que começaram quando eu ainda era um bebê. Meus pais sofreram para me defender da umidade em Caxias do Sul, pois qualquer resfriado se transformava em sério problema respiratório. Poeira ou cheiro de tinta provocavam os "ataques de asma". Até uma risada poderia acabar em problema que me transformava, em segundos, numa pessoa que parecia sufocar à beira da morte. Tudo o que eu mais desejava era ser um "garoto normal" e poder rir ou correr sem medo de ficar muito doente.


Meu pai, que durante vários anos foi fumante, no tempo em que havia propaganda de craque da seleção brasileira de futebol em favor de cigarros, acabou percebendo que não fumar perto de mim não era suficiente. O cheiro da roupa dele já me deixava mal. Ele então conseguiu abandonar o cigarro, sem qualquer orientação médica. Não foi fácil para ele, mas conseguiu superar a dependência e até se tornou um antitabagista.


O próximo capítulo dessa história acontece com a minha pesquisa para o doutorado em ciências humanas, na UFSC, sobre a indústria de tabaco. Fiz 76 entrevistas em dois estados, RS e SC, li mais de mil artigos jornalísticos, científicos e livros sobre o tema.


Experimente digitar no Google a seguinte questão: "Quantos morrem por ano por causa do tabagismo?". Uma resposta estará em destaque: "O tabaco mata até metade de seus usuários. O tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas a cada ano. Mais de 7 milhões dessas mortes são resultado do uso direto do tabaco, enquanto cerca de 1,2 milhão são resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo".


Hoje, dia 14/04/2020, o resumo das notícias da pandemia Covid 19 é o seguinte: o mundo tem mais de 1,9 milhão de casos confirmados, mais de 125 mil mortes e 474 mil recuperados. O Brasil tem 25.262 casos confirmados e 1.532 mortes, segundo o Ministério da Saúde.


Uma pesquisa da PUC-Rio indica que esses números representam apenas 8% dos casos no Brasil; o número real pode ser até 12 vezes superior ao oficial.


Uma coisa é certa: quem for contaminado por Covid 19 e tiver histórico de fumante corre risco muito maior do que quem nunca fumou. Isso porque a fumaça do cigarro suja os pulmões. A principal função dos pulmões é oxigenar o sangue e eliminar o dióxido de carbono, permitindo que o ar que respiramos entre em contato com o sangue que circula no corpo.


Por isso nunca foi tão relevante deixar de fumar, restringir qualquer apoio à indústria de tabaco. Isso é fundamental. Esse negócio é conhecido pelos pesquisadores como "indústria da morte".


Nenhuma outra forma de poluição é mais danosa do que a poluição tabágica. Atualmente ela é a principal aliada do novo coronavírus.


Há uma diferença fundamental entre uma pessoa com mais de 60 anos, mas sem histórico de fumante, e outra com menos de 60 anos, mas com com histórico de um ano ou mais como fumante.


Voltando para a minha história pessoal: desde o ano 2002 pratico yôga em academia e tomo muito a sério a tradição do pranayama (dinâmica da respiração) que tem cerca de 5 mil anos. Um hábito diário é fazer a higienização nasal com soro fisiológico (solução de cloreto de sódio a 0,9%). Veja a foto...


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